Caminhos percorridos e divididos, em círculo
busca a fuga afogada num pranto indefinido.
Porém, distante, o poeta, num deserto extingo,
papel casso e pena árida, num beco sem saída.
Enfadado no desânimo da inspiração varrida.
Palavra que não escreve amor que não sente.
Definhado, canhoto caminha em circulo vadio,
suspirando em soluços por ter perdido a poesia;
essa que foi seu berço criativo da harmonia.
Pobre poeta arredio, enfermo se encontra sozinho.
Confinaram-se os amigos do dia e fugiram na noite
suas amantes e donas queridas.
Onde busco meu estro, aonde vou fenecido?
Sem conforto ou resposta, desacreditado, ferido.
Sem sopro ou vontade pensa na musa sumida
e na busca da aragem só lhe restou boêmias.
Pobre poeta arredio, no seu beco sem saída!
Perdeu sua poesia por ter-se valido da mesma
pra viver na alegria, da noite fria e romântica,
dos leitos da fantasia.
Oh querido poeta! Na beira da minha cabeceira
descansam seus livros de poesia e toda sua alegria
deixada no meu beco sem saída, que suas magicas
palavras o tornaram na minha travessia.
Poeta, você está sempre comigo.
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