Cinderela sem Sapatos...


terça-feira, 15 de maio de 2012

Chove ... Chuva...

Cada pingo que toca a pedra,
ouço-o em silencio,
inerte fico, medito.

Na coifa, o pingo simula musica;
batuque leve e ritmado,
se apressa aos poucos.


A água corre pelo lateral,
levando as folhas,
em velocidade máxima...


Não existe outro som por aqui,
somente o da chuva.


Aguaceiro se forma na calha,
seja melancólica, fria, dura,
Derrama a dor, derrame de chuva.



Molha minha terra, lava-me,
esverdeia-me de sementes doces,
embala-me na aragem fina.


Faz-me dormir e sonhar com sua melodia alagada...

Ainda Chove...



Transparente e forte declina:
Que é fria na pedra cálida,
Esconde-se na marquise gélida,
Há de correr pelas ruas e se tornar fina.

Tropeça a gente e molha a manhã:
Que corre apressada pra vida,
E escorrega na poça anciã,
Há de perder o trem da ida.

Sucumbe o barulho agitado
Que soa o ônibus abalado,
Nessa comovida chuva matinal...

Transborda trilhos e pontes
 `Aguas insanas e potentes
Que transcorre o curso do dia!