Cinderela sem Sapatos...


sexta-feira, 29 de junho de 2012

olho-d'água



estou
acordada
cresci, sem enganos
...
estou

a musica não ilude
mais
o ouvir da arte,
que é a voz da paz

o coração bate
forte
nas alegrias e
aconchega as tristezas

o beijo adormece
os lábios
o olhos não incham
desencontros

o caminho é livre
a escolha é certa
a musica encanta
a poesia cura...

a alma é uma janela
o coração uma fonte
o amor é a luz...


que pela janela entra,
renasce o coração
e na sabedoria, se eterniza...



Imagem, cortesia Berussa
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quinta-feira, 28 de junho de 2012

A Mitologia do Jurupari



Na ingenuidade dos gênios
sopra-se o medo, pinta-se a cara
Demônios dos sonhos!
iu-ru-pari ao macaco-de-cheiro,
peixes e igarapés.


Espíritos Guaranis!
Doçura selvagem de Ceuci,
índia fértil do uacú, mãe de Jurupari:


Enviado do Sol, legislador 
das leis e costumes.
Aquele que não se cala e
repudia a amalgama de lendas
das amas-de-leite africanas...


Jurupari herói, de suas cinzas
nasce a palmeira de paxiúba.
Do seu pai uacú, nasce a
simiômi’i-põrero- a flauta


Encanto das árvores e animais,
Tucanos e Tarianasis
coexistem na mata , descem
os Rios Negro e Uaupés...


Homens indígenas iniciados
por cultos secretos e ritos
fascinados pelo yagé (caapi)
 e o paricá.


Os ilusógenos os tornam
em caboclos medonhos da boca torta
que vivem rindo na mata,
possuidores de poderes divinos...


E nos sonhos indígenas: o Jurupari pernoita seus pesadelos!



quarta-feira, 27 de junho de 2012

A foto

a moldura o aprisiona
hostilmente

suas mãos sobrepostas
descansam desconforto

seu olhar úmido
faúlha lagrimas
quadradas

seus lábios apertados,
suplicam perdão

as paredes emudecem
junto a mim

nesse retrato, a vida
pulsou um dia
hoje, o remorso

no escuro do quarto,
sua lembrança
vagueia

na ausência, adormeço
sem sonhos...emoldurados.

sábado, 23 de junho de 2012

`a dois...

enrolo-me na musica
fitas coloridas
nó de amor...

saltito como criança
compassos...levam-me
pra lá e pra cá

...
enrolo-me na roda
saia rodada
enfeita o salão

dança de pares
me deixo ir...
pra onde me levas

enrolo-me nas luzes
rodopio cores
nó de paixão...

perco-me
nos teus braços
danço
folio
desnudo ilusões...



imagem cortesia Google

domingo, 17 de junho de 2012

O ciúme



um apegamento íman,
aferra-se `a alma
como um óxido natural de atração...
 
fuligem que se evola,
esfumaça a vida,
ignora a sensatez...

coexiste no capricho
lança fagulhas no amor,
dardeja a discórdia...

magnético a paixão doída
queima como ferro na brasa,
apoio que atenha a ruína

ou tentação súbita do afeto?


*Imagem- Breaking the Vicious Cilcle by Remedios Varo - Mexico

Soneto do amor eterno


Foi o mais intenso da minha vida,
O meu maior tormento... Vívido!
Iluminou meu céu na subida
Desci ao inferno iludido...

Partiu, e o meu sofrer não te esquece
Deixou-me o mais amargo castigo
Que é ter saudades de estar contigo
Deixou-me os pensamentos e a prece...

Oriundo da Hungria... Bela fantasia
Ópera lírica, sonhos e magia
Minha carência, tua heresia...

Sinto teu ardor, e ainda suspiro
Amor divino! Recordo-o orando
Levou-me a flor... Deixou-me chorando.


 
*imagem cortesia de Alessandra Ortiz

sábado, 16 de junho de 2012

Querela da pergunta e da resposta...


A pergunta espera
a resposta que suposta
responde sem espera.
A resposta não suposta,
não responde e nem espera
a pergunta que a espera.
A pergunta pressuposta
interroga a resposta-
se de véspera é suposta
a resposta é  disposta. 
A pergunta não suposta
é de véspera sem resposta.
A pergunta quer riposta
pra revidar a resposta.
A resposta quer riposta
se a pergunta é pressuposta.
Se a pergunta for reposta,
se responde predisposta;
sem querer uma resposta,
sendo essa pressuposta.
Confundimos a pergunta,
perguntássemos com proposta,
pois ficamos sem resposta
e sem pergunta suposta...



*Imagem cortesia do Google

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Beijo de Alfazema...




A moça debruça na janela...
 Ruge na face e olhos canela
Arrebita o nariz e suspira alfazema

Tira o avental sujo de gema
Solta os cabelos e se faz mais bela
O rapaz se aproxima e sorrir para ela

Com ar de cortejo estica- lhe a goela
Pergunta-lhe o nome
Ela responde: - sou Manoela

Ele replica: - sou Manoel
Tu és a mais bela donzela!
Caístes dos céus?

Não sou rico nem pobre, Manoela
Dar-te-ei o mais puro anel...
Deixas me beijar teus lábios de mel?

Manoela arrebita o nariz e fecha a janela
Nem céus, nem bela, ou puro anel
Não se goela um beijo `a uma donzela
Pela janela!

 
*Imagem cortesia Google

Nosso romance existe:


sem luar ou

lagos que brilham
ou estrelas e constelações
ou pingos de chuva prateados
ou champanhe `a lareira
ou brumas ou brisas na praia...
E  é  romântico quando
amanheço ao seu lado...e tenho
seu carinho generoso
sua voz acolhedora
seu calor e afago
nossas conversas
cheias de estimulo
nossos banhos
cheios de espuma e alegria
nosso café forte na cama
todos os beijos trocados
todo o amor amado
todas as brigas brigadas
que trazem o que de melhor existe
no mundo: nossa cumplicidade!



*Imagem cortesia Google

fleur...





seeds and sprinklers
blooms in the ray
pink is for the spring
and the wedding day
gold is for the rings
and love always...
yellow is for the summer
and green needs the rain
cup-cake is sweet
and you always
marry me today?


*Imagem cortesia de Nano Hu 2012

quarta-feira, 13 de junho de 2012


luarento

ando no frescor da noite
no escuro aquieto o coração
ouço uma coruja no leito
toco seus pios no violão


luz que vem d'um buraco no céu
forma uma sombra em véu
não é minha e nem pia
mas mia na noite fria


ou é gata ou é coruja
mia ou  pia a dita-cuja
dedilho-as sem lampião
pernoitando uma canção


uma estrela vem rajada
a sombra perde o véu
a coruja sai lufada
e o gato sai ao léu


 a noite fria toca o solo
sigo arrastando o chão
sem lua cheia e tolo
volto  sem  inspiração


*IMAGEM CORTESIA GOOGLE

Achar a luz...





Deixar a vaidade cair e despir-se dos orgulhos,
que são hastes de ferro enferrujadas pelo tempo e
calejadas como as rugas da dor.
Buscar a verdade como se levanta uma haste de ouro!
Que somente os loucos pela verdade os fazem:
deixando a sombra do medo dissipar-se,
olhando a vida pelo espelho da alma.
Encararando o mundo de frente
com a sobriedade dos grandes deuses:
ser um deles, apenas pequeno.
Achar a luz no topo da montanha;
essa montanha que foi teu caminho
de garra, perseverança, e aprendizado.
Perdoar os erros sendo generoso
por ti mesmo, por tua tristeza,
pela tua mãe, pelo teu irmão, pelo teu pai.
Sentir a dor da critica sem ter ódio.
Voltar para casa humilde...
Amar tua mulher com paixão,
amar teu dinheiro com caridade,
amar teu amigo como irmão,
amar teu irmão como amigo.
 Voltar para casa em paz...
Ser você, somente você e
renascer todos os dias...
Feliz Ano Novo!
1/1/2012

 
*Imagem cortesia de Charles Manning III
  Revisado 13/6/2012

Flor de Sal II



Essência que habita em mim
No sol, você brilha
Na chuva, você floreja
Na noite, bebo seu entardecer
Na manhã, bebo seu brotar
Nas pétalas, você me acaricia
No sal do orvalho, choro sua ausência
Sua leveza dança na bruma
Seu perfume transparente exala
Seus passos de pétala!
Flor de sal, doce amor!
Cresce no meu jardim...
Enfeita meu quarto... Sapatilha sua paz
Na areia salina do meu viver!
* Imagem cortesia de Nano Hu, 2012

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Ultimo beijo...


ficou o gosto do sal
a magia, na bruma do mar se quebrou

o calor transformou-se em musica
que ainda toca na memória;
memória, que a poesia ocultou

ficou o batom na gola da camisa
que secou as emoções ;
as emoções dos últimos
bancos, veias e esperas...que a água lavou

ficou o som da caricia dos lábios
que roçam na chuva;
lábios que choram lágrimas
de saudade


beijo que jamais se foi;
aquele que não me beija mais


Eu na poesia...


Escrevo `as acabrunhas

Que me acordam na noite
Escrevo `a madrugada
Que me falta o amor
Escrevo `as minhas dores
Que não vivo sem zelos
Escrevo ao medo
Que me traz a morte
Escrevo `as minhas lágrimas
Que me fazem chorar
Escrevo a Deus
Que me traz brandura
Escrevo ao sol
Que me traz calor
Escrevo `a lua
Que me deslumbra
Escrevo `a minha Pena
Que me traz inspiração
Escrevo `a poesia
Que me traz a paz
Escrevo `a minha paz
Onde me encontro



domingo, 10 de junho de 2012

Rosa vermelha

esse momento é só meu...
quando me entrego e me torno uma flor
que delicadamente desabrocha
despida de espinhos, sou prazer
cada parte da minha pele é pétala
sinto a seda da sedução que me toma
largo-me aos carinhos que me invadem
curvo-me de arrepios e doçura
cada gota do meu suor molha-me como o orvalho
apaixonado pela madrugada
cada fantasia que pelo meu corpo desliza
faz de mim uma rosa no mais belo jardim
esse encontro é só meu...
sou brisa silenciosamente gentil e pura
fecho os olhos e sinto todos os delírios
que aqui me permito...nesse canteiro de amor...
...me entrego




quinta-feira, 7 de junho de 2012

Veia da roça...

Duas Roceiras- By Georgina Albuquerque

saia de chita rodada,
pele jambo, olhos de mel
solta na mata, (a) virgem
do céu...

ou flor trepadeira sem eira nem beira
que  dá no pasço e beira a ribeira
aperta o passo, pula o aguapé
dói...dói...dói...cadê a fé ?

ai... ai... ai... grita a prenha!                       
ai... ai... ai... chama a parteira!
ai... ai... ai... põe fogo na lenha!

ateia o tacho de água quente
amorna o ventre, trava os dentes
cadê o marido?
o miúdo é parido

cucurica o galo, ladra o cão
sem pai, sem cueiros
berra o pagão!

ai... ai.. .ai... caboclinho roliço!
tem mãe de leite e amor de mãe
cresce no roço
e no arroz com feijão

rapaz forte e bonito, puxou a mãe
tem casa e lavoura, não é ladrão
tem veia da roça
e força na mão!

solto na mata  virgem
Maria!
lá vem o Peão...

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Beijo que fica:


um vento que passa roçando...
atrelando sorriso
uma agulha fina que toca o vinil
da vida arranhada...
é calma que aguilhoa a alma
...a sussurrar incitada
é ateio de mil desejos
...tímidos, tolhidos...
é carícia que passa sofrenado...
...os seios tremidos de prazer
é  dor que não dói...beijando
é pauta musical que passa cantando...
alinhando a decepção
é “gramo-fônico”, frenético
é a voz da... minha paixão...

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Frutos do aMar...

Painting: NUDE, by Vilas Chormale (Indian artist contemporary)


A núcula levanta-se da pérola
Desabrochada do amor...
No teu casulo de ardor
A vida aqui se cala...

A onda busca a calma
Esquecida do naufrágio
Ou tormentos d’ alma
A vida aqui é frágil...

Mar que rasga os ventos
Dentro de mim é alento
Que morre na praia... e
Aconchega o relento

Torno-me mulher... ou Sereia
Torno-me um cristal na areia...
Feita por céus e estrelas.

Aguas calmas...


Na  areia te pisei,
   meu  pé molhei...

 Meu coração afoguei,
na praia brinquei...

 de chuva

... Em
carpir-se de alegrias
mergulhei....

imagem-cortesia de Clara Piquet

imagem de Flp Romania

Amarelinha
no SOL pisei
meu pé queimei
o coração esquentou
a rua brincou...

domingo, 3 de junho de 2012

imagem-cortesia de Flp Romania

Sorriso

Quando o carisma irrompe
o teu rosto

e a brancura de tão nua
amanhece pura...

nos olhos, os sentimentos riem
brilhantes d’Éden

inúteis palavras que eu te falo
calam-se

pelo teu sorriso fascinadas...