Cinderela sem Sapatos...


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Alpendre



Photo by  Nelson Fe 
Suspenso aos poderes da lua na noite fria
Na casa de esquina amávamos as escondidas
Relentos aos suspiros do medo e da ousadia
Inusitados aos olhos alheios que não nos viam
Porem, nós os víamos no prazer da agonia
Contávamos os minutos dos delírios jurados
Dos sorrisos e arrepios de almas desmesuradas

Amor, ainda te busco quando no alpendre!
Recordando suas caricias em silenciosos soluços
Na noite fria que restou da nossa magia
Na emoção que transcursou os dias da vida...
Mentindo segui, pois jamais voltastes a pisar
No telheiro da nossa moradia inesquecível
Que perdeu a ousadia e o poder da lua cheia
Mingou-se em nuvens escassas e passageiras
Mas na memoria, a evidência da paixão exaltou
Nunca deixei de te amar e aqui na penumbra,sonho
Sensata do quanto me amastes e quisestes
Do quanto me fizestes tua, sem nunca enganar-me
Do quanto chorastes ao perder-me

Amor, ainda te busco quando no alpendre!