Cinderela sem Sapatos...


sábado, 28 de abril de 2012

Amor de Mical

photo by Theresa on Hibiscus,2012
Amar sem consciência é antecipar o luto
Assim te quis, sem fronteiras
E encontrei a treva
Pobre amor, tão lindo foi!
Assim te quis, com fé
E encontrei o abismo
Que confundi com felicidade!
Na arrogância, feri
Na indiferença, vinguei
Na alegria, surtei
No fim, chorei
Na coragem, aprendi
E nunca mais, assim quis...
Ainda espero o meu amor,
Encontrar!

(nota: Mical foi a primeira mulher do Rei David e ela o amava de forma rude)


sexta-feira, 27 de abril de 2012

Alma


Imagem Espinho do blog coisas de mim

Incontida...
dor fecundada da angustia
que sucumbe a paz
ar seco , rouca fala
no cativo infinito
da vida...

grito canino, proibido
de cão danado
amordaçado
sabor de cactos
aprisionado

apetece sem vitória
o medo da cobiça
no fundo da alma
cão não tem alma...
mas sente a dor dos espinhos

do cactos, da unha no peito
encarnada com apetite
de ferir...
de tirar o auguro
que ainda resta...








Ledice na Nuvem

No seu colo adormeço misteriosamente
Envolvo-me nas suas formas desenfronhadas
No meu sonho tento fazer sentido, mas flutuo
De um ar ao outro, nessa altura imensa!
Vejo-me nos seus bancos vazios, mas perfeitos
Nem medo de cair tenho; envolvo-me por inteira
Como uma ave fulgurada, acredito voar
Nuvem, tu me amparas nesse devaneio
Nua nuvem, despida no seu colo adormeço
Grinalda enfumaçada, branca luz irradiada
Durmo cega e quieta na minha ilusão
Nem o calor do sol me aquece
Nem as gotas d’agua me molham
Nem o sopro dos ventos ouço
Nem o olhar da lua me inibe
Numa quimera de jovialidade durmo
Nem mais quero descer do seu colo
Quero nesse colo, dormir eternamente.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Espelho quebrado



Mulher no Espelho- Pablo Picasso 1932
Efígie reflete sobre a luz fosca do quarto de parades migalhadas
Estilhaços[seus] eclodem
...assim como o medo
 à alma gelada
Olhos apertados, peito ofegante
...assim como a paixão
`a razão
Mãos úmidas, trêmulas, boca seca
...assim como a angustia
`a serenidade
Corpo em chamas, prazer infindo
... assim como o amor
`a alucinação
Na psicose dessa ilusão
você me aborda 
...assim como a loucura
Eu me rendo
`a aprisionar-me pela frigidez...

quinta-feira, 19 de abril de 2012

A Noiva...

                          
                              Densa e leve  arrasta seu véu                
 Com a expectativa do sonho
 Que ainda não foi realizado
 Alegre sim, dizem!
 Sentimentos atormentam-a...
 Densa e leve arrasta seu véu
 A caminhada é longa, o véu pesado...
              Como cheguei aqui, pergunta-se?             
 Amei muito até chegar aqui
 Não amo mais, pergunta-se?
 Densa e leve arrasta seu véu
 Estou feliz, pergunta-se?
 Fugir não, pensam!
 Olhando a porta, desfila...
 Imaginando a fuga, ainda menina
 Que hoje se torna  mulher...
 Contemplando, continua
 A fuga fraca rendada de medo...
 As flores assustam!
 Não me sinto como elas
 Frescas e belas, pensa
 Sinto-me mórbida, febril
 Indecisa, o véu pesa cansado
 Chega ao altar dourado do fim
 Sim aceito... Diz
 Covarde é, morrer me resta!

Maciezas da vida



 
Calor insinuante[que]
  Sua língua delicadamente produz
  Arrepiada de branduras
  Entrego-me totalmente a você
  Perdida de paixão, tesa, louca
  Deixo de existir!
  Brado...
  Sinto você crescer dentro de mim
  Seu beijo me rouba a realidade
  Sua força me comanda e domina
  Sou apenas uma mulher amada,
  Descabelada, pronunciada, sua
  Corpo que deliria, palavras improprias,
  Apropriadas agora, ouço-as 
  Você me faz toar
  Você me busca, gozo
  Eu sinto muito...
  Muito, seu gosto, seu prazer...
  Eu sinto muito!
  Preciso voltar pra casa, amor!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O Homem Paulo Pereira


P ensamentos tímidos, sensíveis na sua
A nalogia de uma vida angolana harmonizada,
Ú nica, metrificada, musical,
L ongínqua, latente, lusa.
O nipresente no coração de uma mulher...

P ersistente, pertinaz, quase puro...
E xplica-se entrelinha para discernir o amor.
R elutante, voa com asas gaivoteais,
E sperando o porto, o pouso?
I rradia todos os momentos com
R espeito e carinho,
A nalisando, sopesando suas palavras...
                                                                No meu mundo!


( Querido amigo, assim te vejo )

terça-feira, 17 de abril de 2012

Orvalho

Minou na noite fria,quase acolhedora.
Tocou a escuridão das folhas,cálidas  pétalas.
 Ardente, purificou o ocaso
 com suas gotas trêmulas,
frias, sonolentas, mudas,
sedutoras!
Divino véu, ostente meus sonhos.
Iludidos como a geada no crepúsculo,
derretem-se e acordo destemida
para o pertinaz dia .

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Longa noite de outono...


Photo by Clara Piquet- Brumadinho- MG 2012



Lagrimas que não chorei, mas senti,anegadas com folego de paciência .
Quizila incoerente que invade sem permissão minha existência tímida, de rara importância.
A manhã nublada, desejada  despertou a raridade!
Acordar, sentir o chão, sentir o coração bater pela vida,essa, sensível por demais, mas única , minha.
Prefiro assim! O dia chegando à janela espantando a mazela da noite que se diz fria, mas suada pelos calafrios das incertezas.
A cor terracota do céu “madrigal” soou a solidão poética...  
Abri a janela azul, clamei mais um dia insistentemente !





segunda-feira, 9 de abril de 2012

Devaneo

    Perde-se aos ventos da realidade

Torna-se lucidez nas nuvens

Cego à ansiedade

Cego à alma

Fidedigno ao coração

Apócrifo à vontade

Onde fostes, amor meu?

Que nunca fostes meu

Que nunca me beijaste...

Nem deitastes comigo

Nem perdestes teu amor

No meu ventre, mas...

Achastes minha alma

Na distância da vida

Penetrastes alento em mim

Abafastes o lamento soçobrado... E

Fizestes-me sã!

 

Image by Ankara Universitesi Doga