Duas Roceiras- By Georgina Albuquerque
saia de chita rodada,
pele jambo, olhos de mel
solta na mata, (a) virgem
do céu...
ou flor trepadeira sem eira nem beira
ou flor trepadeira sem eira nem beira
que dá no pasço
e beira a ribeira
aperta o passo, pula o aguapé
dói...dói...dói...cadê a fé ?
dói...dói...dói...cadê a fé ?
ai... ai... ai... grita a prenha!
ai... ai... ai... chama a parteira!
ai... ai... ai... põe fogo na lenha!
ateia o tacho de água quente
amorna o ventre, trava os dentes
cadê o marido?
cadê o marido?
o miúdo é parido
cucurica o galo, ladra o cão
sem pai, sem cueiros
berra o pagão!
ai... ai.. .ai... caboclinho roliço!
ai... ai.. .ai... caboclinho roliço!
tem mãe de leite e amor de mãe
cresce no roço
e
no arroz com feijão
rapaz forte e bonito, puxou a mãe
tem casa e lavoura, não é ladrão
tem veia da roça
e força na mão!
solto na mata virgem
Maria!
lá vem o Peão...
Maria!
lá vem o Peão...
* Imagem: Duas roceiras/Oleo em tela/sem medida/sem data / By Georgia de Albuquerque
A taubateana Georgina de Albuquerque (1877-1939) foi uma das principais mulheres brasileiras a firmar-se
como artista plástica no início do século XX. http://www.camarataubate.sp.gov.br/arquivo/editor/file/EspacoGeorginaAlbuquerque/Historia.pdf
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