Cinderela sem Sapatos...


quarta-feira, 6 de abril de 2011

Letters to Blue...


Cálice Rubi Azul ( poema 1)

Cravada como faca na carne
Que corta e faz sangrar
O sofrimento da tua beleza
Rara e selvagem rudimentar
Cravada no metal dourado
Brilha como chamas na alma
De quem nunca pode possuir-te
Mistura-se ao diamante e se faz notar
Refletindo rubro no seu azul olhar !       
Essa cor que lesa de tão bela!
Iludindo a calma de quem a deseja
Arrebentando as mãos de quem a toca
Cravada no peito do sonhador
Mentirosa, deslumbrantemente linda
Valoriza o nobre e a audácia
Esquecendo-se de ser pura
Cristal vermelho escuro ferino
Com áurea de anjo azul solitário
Insólita pedra apagada pela vida
Eu morrerei te amando e bebendo sua magia,
Blue...
           
                                                             


Chalice Blue Ruby ( poema 2 )

Like a knife carved in the flesh
That cuts and bleeds
The suffering of your beauty
Rare wild and rudimentary
Driven deep into the gold metal
Glows like flames in the soul
No one could ever possess you...
When set with diamond, sparkles the light
Reflecting like glowing stars
So beautiful you are!
Eluding the one who loves you

Liar, stunningly beautiful you are!
Rebel of values and audacity
You forgotten to be pure
Dark red crystal
Lonely angel with a golden aura
Unusual stone that faded by life's dreams
I will die loving you and drinking your magic,
Blue ...

Blackberry Winter  (poema 3)


Olhos blackberry perdidos na noite
Teus sonhos que encantam a vida
Como as violetas do meu jardim
Azuis escuros na lua de inverno
Brilham teu pecado inevitável
És linda!
Acido fascínio do seu olhar
Gela a folha da madrugada
Onde caminhas sem cessar
Seduzindo por desejos insanos
 Todas que te buscam
És linda!
Irresponsável vitima da rua fria
  É hora de voltar para casa,
                                              Meu amor !                                            
O frio não te aconchegas mais
Falta-lhe o calor do amor
Que não sabes onde encontrar
Tentei trazer-lhe o amor sereno
E como pétalas soltas ao vento
Você se foi e não pude te seguir
Nesse teu inverno sedutor, Blue !

Blackberry Winter (poema 4)

Blackberry eyes lost in the night
Your dreams enchant my life
As the violets in my garden
Dark blue eyes in the winter moon
Shine your sins inevitably...
You are beautiful!
Acid fascinating eyes...
Freezing leaf when the morning rises
Where you walk ceaselessly
Leading to insane desires
                        And others out there are seeking you...                           
You are beautiful!
Solitaire victim of  harmful streets
 It's time to go home...my love
The cold night can't cuddle you anymore
It lacks the warmth of love
The love you don't know where to find
I tried to give you what you didn't need
And like a lost petal in the wind
You vanished and I could not follow you
   It is a seductive winter...but...
 Goodbye, Blue!

 
                                                          


                                                        
                                     

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A primavera


Primavera Inesperada

Quando acordei ainda pensava no seu beijo
Que já não recebo há tanto tempo
Apenas uma memoria que passou
Passou por um sonho quase feliz
Acordei na manhã nublada do orvalho
Da primavera ainda fria
Algum floco de neve espera
Ainda na fria manhã inesperada
Como o gelo que ainda perpetua
Dentro de mim inesperado
Deixado por ti
Ainda não vejo as flores
Mais estão breves a nascer
Já sinto o cheiro da terra
Molhada e fértil como um dia foram
As sementes ocultas dentro de mim
Na ideia de um filho seu ter
Que hoje alimentam os pássaros
Que aos poucos voejam
Nessa manhã ainda adormecida
E saudosa do meu grande amor
Permaneço quieta e em paz,aqui. 


       





A Primavera Chegou

No amanhecer sem você ao meu lado
Nos lençóis vazios da sua ausência
Desperto sentindo uma leve brisa
Que sopra a minha solidão
Seu calor só existiu no meu coração
Mas me contentei  mesmo assim
E nesse dilúculo ainda escuro e frio
Te desejo como uma hipnose
Que os amantes sentem...
O dia lá fora me espera
Os pássaros migraram para me verem
Novamente forte, ou talvez feliz?
Enquanto tu acordas no ninho estranho
Renegando meu acolher de primavera
Ouço o canto da alvorada trazendo vida
Que um dia foi trazido por ti
Aos meus ouvidos de companheira
E ao meu corpo de amante fiel
Não mais te busco, mas recordo
Das doces manhãs do nosso quarto
Florido de lírios primaveris
Que um dia encantaram minha vida!


2/4/2011


Canteiros de Primavera

As sementes te esperam como eu
Para cultivarem as lindas flores como eu
A espera longa depois do inverno rude
Meu coração antecipa os lírios
Lírios brancos puros
Ou amarelos apaixonados
Nos canteiros do meu jardim
Gerânios azuis lilás como o céu
Na beira da janela sedutora como eu
Meu canteiro vazio te espera
Repleto de seiva fecunda como eu
Para semear seu carinho e gerar
Seu amor como um pássaro perdido
Cantando alvoraçado na buganvília
Pacientemente te espero como as dálias
Que brotam inibidas no meu canteiro
Que cresceram sem espinhos latentes
Porém esbeltas quanto os roseirais
Disseminados como ervas rebeldes
Que traíram meu plantio de amor...

 3/4/2011 


 Berussa image
            
Tarde de Primavera

O sol poente e seus raios dourados
Brilham no vale das margaridas
Como um grande sorriso
Da amante apaixonada
Te espero
Fim do dia com brisa suave
Que vai trazer orvalho fresco
E cheiroso para humedecer os miosótis
Que crescem devagarinho
Te espero
Contemplo o horizonte distante
Sento-me a porta sombreada de avencas
Como rendas caras que enfeitam
Te espero
Na brisa leve que sopra as folhinhas
Do meu pessegueiro de flores rosadas
Distraio-me com um pássaro semeando
E carregando as mudinhas pra longe de mim
Te espero, te espero, te espero
E me dou conta que o verão chegou!

4/4/2011

Berussa image
                                              


Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

Florbela Espanca
























 







terça-feira, 29 de março de 2011

Ritual


Bebi a dor
Para molhar o coração
Seco do tédio
Seco do rancor
Seco do cansaço
Bebi o grito                                          
Para molhar a solidão
Seca da vergonha
Seca da mentira
Seca da esperança
Bebi o mau
Para molhar a alma
Seca do exilio
Seca da paixão
Seca da verdade
Bebi o bem
Para agradar o mundo
Seco da virtude
Seco do amor
Seco do amigo
Bebi a fantasia
Para molhar a máscara
Seca da vontade
Seca da alegria
Seca da coragem
Bebi o sonho
Para molhar a saudade
Seca do filho
Seca da mãe
Seca da terra
Bebi o orgulho
Para molhar a honra
Seca da existência
Seca do pecado
Seca da crença
Bebi a morte
Para disuadir a vida!


bellissime immaginefuga


sexta-feira, 25 de março de 2011

Palco


villalobos
Onde nascemos como elenco
Corremos de um lado ao outro
Dançamos e falamos alto
Choramos ou rimos às vezes
Pretendemos e atuamos
Convencemos ou perdemos
Acreditamos e prometemos
Damos e recebemos
Onde amamos
Criamos laços e deslaços
Construímos nossos sonhos
Aprendemos e ensinamos
Caímos e levantamos
Invejamos e inspiramos
Crescemos e aperfeiçoamos
Vivenciamos e experimentamos e
Onde morremos como expectadores
da vida...

terça-feira, 15 de março de 2011

Melissa




Melissa

It was a time I needed to cry
and you comforted me.

It was a time I needed to laugh
and you laughed with me.

It was a time I lost my dreams
and you shared yours with me.

It was a time I believed the impossible,
strived and lived intensively with emotions.
And you, with  your  true  friendship, was by my
side surviving all obstacles and believing my goals.

It was a time I felt alone and like a soundly gift
from God, you appeared in my life and I am
not alone anymore, because I have you .

I treasure all we have shared, my dear friend, as eternal
students extracting wisdom from life’s credos and learning together.  

  I Love You...

Leila Onofre
                                                            


image by http://www.cbc.ca/
                                                                                                                                                                            

                                                                
Mss
One year has passed since we met
What was about a hello, became more
A solid friendship cherished with love
Unimaginable was in my heart
Confused and in disbelieve at times
Love does not show up anymore
Love only by distance it is
Friends only by distance for sure
Uncertainly you were there
With your candid smile
Naturally with your untamed hair
Softly gold and gentle in your face
You had me at hello!

Leila Onofre
Pepin, 4/3/2011

                                                                                                                 



Beijo de Mel...

Teu  beijo de  mel  meloso,  melódico, colado e  sedutor
Por ele me  entrego  no vício da  alma  calada no desejo
Que é te beijar...

Lábios de néctar  extraídos da  flora  secreta que se  liberta
Da colônia desidratada que o torna em mel melado e molhado
Que é te beijar...

Lábios  atados  ignoram a rainha que voa em voltas a  ecoar
Sôfregos sugados  ligeiros e roubados nuances da única arte
Que é te beijar...

Floridas  flores, edulcoradas, alaranjadas de  corpo  robusto
De mel escuro, aromático, sedativo, tange cítrico e cristalino
Que é te beijar...

Delicado  cravo,  germe  de  trigo , gosto de  seiva e  outros mais
Debaixo da árvore cheiro de Tília, cravo teu nome em ornamentos
Que é te beijar...

Sem  me importar com o  gosto,  textura , cor ou origem
Teu  beijo de mel é  pólen de  prazer, sedução e  ternura
Que não posso viver sem! Que é te beijar...

Leila Onofre  03/2011













segunda-feira, 14 de março de 2011

O Japão que chora


Quanto  mais  se   cava   mais  se   afunda
Como a caótica vital  síndrome  da  China
Buracos profundos  dos destroços fincados
Elevados  derrubados  em   pânico  vazam
Estremecidas  pontes  e  estradas  indignas
Derramam  ódio na  multidão desesperada
Sirenes  de  aflição  louvam  enlouquecidas
Os  fortes  ventos  que   lavam  os   arrozais
Para  fora  da mesa dos famintos flagelados
Tsunami  arrasa  a   costa   pacífica  e  frágil
Perdidos e afogados  nas  águas enfurecidas
Raivento mar  perverso despeja  seu excesso
Na  virtude dos  ignorantesdesacreditados
Do aquecimento  que   ferve  a  terra  judiada
Sofridos  e  abalados  são   poderosos   heróis
Cidadãos escapados da pugna na  Hiroshima
Que   do   esquecimento   tolerado  renascem
Para viver um  futuro contencioso e cúmplice
Marcado pelo desenfreio maculado tecnológico
Punindo pelos atômicos o embrião adormecido
A horta  a fauna  e  a flora   ferida ...     
Até Quando ?




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