Cinderela sem Sapatos...


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Muna Xeia

( Para você, Paulo)

Brilha prata luzida
Enquanto o sol dorme
Traga no silencio da noite
Sua beleza de mulher insinuante
Traga sonhos
Sem quizilas
Sem medos
Entra, surpreenda-me
Traga orações e poesias
As horas passam
O sol ainda dorme...
E seu fulgor invade
Aliviando meu amor
Que espera hiante
Noite azul
Balancê, achego
Volte sempre “xeia”
De amor, Muna!










sábado, 24 de dezembro de 2011

O Natal que guardei

Desejaria embrulhar o amor expressado
No Natal e No Ano Novo,
Colocar numa caixa dourada com um laço vermelho aveludado,
Guardar em cima da estante...
E todos os anos me presentear com ela.

Desejaria guardar todos as musicas e poemas
Dessa época de festas e alegrias,
Amarrá-los com fitas carmim, apreciá-los o ano inteiro
E no dia de Natal presentear o mundo com sons e palavras
De amor, conforto e amizade...

Desejaria que as luzes que enfeitam as casas e cidades
Enfeitem nossos corações com calor e harmonia
Desejaria que cada sorriso dividido nessa época
Seja presente em nossas vidas todos os dias...


É Natal, meu amor,
Vamos brindar a vida...

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Culto ao Sol de Tebas

Cantos adoram sua majestade iluminada
Navegando pela noite abre os caminhos
Escuros de um Deus antigo


Amon-Rá gritam vozes ocultas
Deus do sol
Sigilo rugido dentro do coração
Mitos com berros escondido
De fé indubitável
Olhos baixos em louvor
Deus maior
Arruínam-se, os hicsos
Tebas poderosa por ti
Domina o Egito
Chegando a Grécia
Até Roma te sucedem
Ísis e Osíris
Zeus e Júpiter
Teu culto se finda
Mas sempre Deus do sol de Tebas

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Cálice de vinho






Cálice seco e doce na noite
Meu gosto por ti espera ansioso
Na sede constante da vontade
De mergulhar no seu corpo

Encorpado, grosso e autêntico
Vindo da costa distante e fértil
À minha mesa farta de prantos


Vinho robusto se mostra potente
Invade-me com goles generosos
Sinto seu calor cativante na noite
Cá dentro trazendo o frio do dia
Com sua força frutífera passageira
Embriago-me no seu leito iludido
De conforto, de amparo, de alegria



Galante admirado e presente
Nos salões de prosa e cortesia
Revelando sua linda postura
Que fere e corta a muitos
No sulfito do desejo intolerável
Das almas aflitas e puras que
Idolatram-te no afago da boemia


Quiçá claro e alvejado, porém
Não desvanecido, mas selecto e
Escopo na sua tentativa cândida
De saciar o gosto perdido do infame
Adormecido pelo sabor infundido
 Seja doce adocicado ou seco buquê
Perfumado de cristal amarelado


Rose fosco avermelhado agrada
As damas e amadas por delicadeza
Saboreiam com classe e reverencia
Sem enganar os maduros que no
Degusto abusivo se entorpecem
Da cor rose fosco do vinho puro
 que não perdoa os fracos...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Beijo de Mel...

                                                     
Teu  beijo de  mel  meloso,  melódico, colado e  sedutor
Por ele me  entrego  no vício da  alma  calada no desejo
Que é te beijar...

Lábios de néctar  extraídos da  flora  secreta que se  liberta
Da colônia desidratada que o torna em mel melado e molhado
Que é te beijar...

Lábios  atados  ignoram a rainha que voa em voltas a  ecoar
Sôfregos sugados  ligeiros e roubados nuances da única arte
Que é te beijar...

Floridas  flores, edulcoradas, alaranjadas de  corpo  robusto
De mel escuro, aromático, sedativo, tange cítrico e cristalino
Que é te beijar...

Delicado  cravo,  germe  de  trigo , gosto de  seiva e  outros mais
Debaixo da árvore cheiro de Tília, cravo teu nome em ornamentos
Que é te beijar...

Sem  me importar com o  gosto,  textura , cor ou origem
Teu  beijo de mel é  pólen de  prazer, sedução e  ternura
Que não posso viver sem,
Que é te beijar...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Insensatez ( com Tom Jobim )


Perdão?
Mas nem isso quis.
Alojou-se em mim
sem piedade.
Pura insensatez!
Minha, é claro.
Deixei rolar
sem piedade.
De mim, é claro.
Contrato sem trato.
Esse amor banal,
insensato e chato.
Durou, custou demais.
Furou o couro que
era fino; fina pele.
Minha, é claro.
Desalmado coração.
O seu, é claro.
O céu, claro,
guarda todas as lagrimas,
que vou  chorar...
Pois, ainda, não te perdoei.



Grito Criativo (com Mozart)

Fecundado na alma rebelde
Que revela a fala
Que cria beleza
Que cria arte
Que unifica
Que ama
Que anima
Que chora
Que aprende
Que compartilha
Grito alto, desatado
Linhas entrecortam
Paredes ocultas

Que os musicos tocam
Que os poetas abrigam


suas genialidades

Quando exauridos
De dor
Gritam...
De paixão
Gritam
De alegria
Gritam
Da morte
Gritam
Da eternidade
Gritam ...
Suas poesias
Rabiscam
Suas notas...
(Dedicado ao grupo Grito Criativo)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Tez


Corpo chama
em chamas,
queima agonias.
Agora sombrio,
desnudo de amor,
Torso fino, frágil
afaga o dorso,
o ventre pujante
Lençóis de seda
queimados, soados,
molhados de dor.
Aguçam
meu seio,
meu beijo,
meu gosto,
meu velo.
Casca tênue,
tona rasa,
orgástica,
fruo-te.







terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Ir-se exaurido


Hoje partiu
meu maior amigo.
Choro gotas de tristeza.
Choro rios de alegria pelo que
você representa,
pelo que você foi,
aspirou,
sofreu,
lutou,
pelo  que sonhou,
pelo que não atingiu,
mas se deu o direito
de sonhar,
de ousar.
Valeu seu amor
da forma que foi,
da forma que você deu.
Valeu, valeu sim.
Caminhar sem você, inadmissível...
Porem real, mas surreal...
Porem inexplicável, sem espaço...
Seu espaço, aquele só seu!
Insubstituível, impreenchível.
Repreensível pensar na volta! Enfim permito-me
libertar sua sombra em busca de si
nesse mergulho sem volta.
Parabéns pai!
Hoje seria o seu aniversario...

domingo, 4 de dezembro de 2011

Manhã de Domingo

Rolo da cama do silêncio,
da noite sôfrega, acordo.
O ar é raro, o som é leve.
O café perfuma meu quarto,
a torrada estala quentinha.
Seu beijo de boca cafezada
melada de geleia- me seduz.
Rolo na cama pasmada,
perdida nos seus beijos.
Ah, adoro os Domingos!
O cheiro da cama sedosa,
os cachorros alegres- brincam.
Você na sua generosidade
dando amor e mais amor.
Tonteio-me de carinhos.
A chuva de banho quente,
nossos corpos espumados
por aromas inexplicáveis.
Deslizam... Sorriem...
Nessa paz de Domingo.
Não quero sair, hoje.